Mulheres no esporte: sempre benvindas!

por Everton Rupel

Fala galera do IndyCast Brasil! Tudo beleza?

Ah, 2010! O ano mais charmoso da IndyCar, na minha opinião, que fique beeeeeem claro.

E você pode perguntar ‘mas por quê o ano mais charmoso?’ e eu lhes respondo: o ano em que tivemos mais mulheres pilotando nos mesmos eventos. Foram 2 corridas nas quais tivemos Danica Patrick, Bia Figueiredo, Milka Duno, Sarah Fisher e Simona de Silvestro. Todas dividiram a pista em Chicagoland e Homestead. Infelizmente pouco para quem é fã da IndyCar e de mulheres que pilotam, mas devemos é enaltecer o fato. A cereja do bolo seria se elas estivessem simultaneamente na Indy 500, mas Milka Duno não se classificou.
Vamos a um breve perfil delas?

Sarah Fisher

Estreou em 1999, via categorias da USAC, na qual obteve sucesso e que serviam de entrada na época para a Indy Racing League, a IRL. Foi a 1ª mulher a conquistar uma pole position em categoria top em 2002. Seu melhor resultado em corrida foi um 2º lugar em 2001 em Homestead e em campeonato um 17º lugar geral em 2007, sua última temporada completa. De 2008 a 2010, já por equipe própria, fez part time season até pendurar o capacete. Como chefe de equipe, tem 1 vitória, em 2011 tendo como piloto Ed Carpenter.

Danica Patrick

Depois do kart e uma ida à Europa no final da década de 90, ela voltou aos EUA para fazer o que seria o Road to Indy daquele tempo. Apadrinhada por Bobby Rahal fez a Barber Dodge e Fórmula Atlantic. Estreou na IRL em 2005 pelas mãos de Rahal, fez furor na Indy 500, liderando a corrida por 19 voltas, tendo um sólido desempenho finalizando a prova num belo 4º lugar. Ganhou aí o apelido de ‘Mulher Maravilha’. Foi a 1ª mulher a vencer uma corrida em categoria top, 2008 no superoval de Motegi, na base da constância e estratégia. Ficou na Indycar de 2005 a 2011 e se despediu das pistas fazendo a Indy 500 de 2018. Usou os anos de 2010 a 2012 para uma transição para a Nascar e na sua 1ª temporada completa nos stock cars dos EUA fez a pole da 1ª prova do ano, a Daytona 500. É a mulher de maior destaque e sucesso, sendo eleita várias vezes como ‘The Most Popular Driver’ pelos fãs. Seu melhor resultado geral: 5º lugar em 2009.

Milka Duno

Venezuelana, bancada pelos petrodólares do seu país, fez nome no Endurance, nos SportCars do GranAm, categoria na qual teve vitórias sempre correndo em dupla ou trio. Andou também, antes disso, em campeonatos de open wheel, como F-Nissan e Nissan World Series. Esteve na IndyCar entre 2007 e 2011. Seu melhor resultado foi em 2007 no Texas, 11º lugar e nesse ano tambem seu melhor resultado geral, 20º lugar. Fez somente a temporada de 2010 de forma “completa”: não se classificou só para a Indy 500. Ficou famosa na categoria por atrapalhar outros pilotos pela lentidão ou causar bandeiras amarelas. Mesmo assim arrancava suspiros dos fãs da ala masculina.

Simona de Silvrestro

Suíça, fez mais sucesso na Fórmula Atlantic que a própria Danica Patrick. Entrou na IndyCar em 2010 e ficou até 2013. Fez provas exporádicas em 2015 e a Indy 500 de 2021 no projeto de inclusão da IndyCar pela Paretta Autosport. É tida como a mais talentosa piloto que esteve na IndyCar, mas por falta de oportunidade na categoria voltou seus olhos para a F1 em 2014, através de seu patrocinador, para ser piloto afiliada da Sauber e quem sabe um dia, ser titular. A história deu em nada além de poucos testes e desde então perambulou pela Fórmula-E, SuperCars da Austrália, IMSA e GT alemão. Na IndyCar o 13º geral de 2013 foi sua melhor classificação final e nesse mesmo ano o 2º lugar nas ruas de Houston é seu melhor resultado na carreira. Muitos fãs da categoria contam os dias para que ela volte à IndyCar num carro que possa a levar a bons resultados.

Ana Beatriz (no Brasil, Bia Figueiredo)

Com pódios e vitórias no kart, F-Renault, F-3 e IndyLights, a brasileira Ana Beatriz Figueiredo chegou à IndyCar em 2010. Somente 29 corridas em esquemas não muito competitivos foi pouco, na minha opinião, para ela demonstrar talento. Equipes como Dreyer & Reinbold, Dale Coyne e Conquest with Andretti em esquemas reduzidos de provas não foram suficientes para se desenvolver na categoria. Podem até me chamar de pacheco, não ligo. É a minha opinião. Seus melhores resultados foram um 11º nas ruas de Toronto em 2010 (a única temporada quase completa que fez) e um 21º lugar geral nesse mesmo ano. Ao sair da IndyCar se dedicou à Stock Car Brasil e provas de Endurance.

E aqui também nosso carinho, respeito e admiração por muitas que competiram no Road to Indy e por Janet Guthrie, Arlene Hiss, Desiree Wilson, Lyn St James, Pippa Mann, Katherine Legge, Tatiana Calderon, que desfilaram e no caso de Tatiana, desfila sua competitividade e charme nas pistas da IndyCar. Hoje temos muitas mulheres em cargos de logística, mídia, técnicos e de engenharia na IndyCar. Esperamos que mais mulheres guiem na IndyCar num futuro não muito distante, seja via WSeries ou outras categorias.

Abraço e até a próxima!

PRODUÇÃO

OlharesBR
Grand Prix Service Consultoria
Everton Rupel Comunicação
Colaboradores

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IMAGENS

Everton Rupel, Matt Fraver, Joe Skibilinski, Travis Linkle, Paul Hurley, James Black, Chris Jones, Mike Young, Walt Kuhn, Lisa Hurley, Dana Garrett, Tim Holle, Aaron Skillman, Peter Burke, Richard Zimmermann, Michael Bratton, Dave Green, Jack Webster, Mike Doran, Mike Levitt.

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