Back to Back!

por Everton Rupel

Fala galera do IndyCast Brasil! Tudo beleza?

Segunda quinzena de Maio é a quinzena da maior de todas as corridas, as 500 Milhas de Indianápolis. Baixada a poeira do ‘push to pass gate’, 34 pilotos/carros inscritos para a corrida que teve seus 2 primeiros dias de treinos livres prejudicados pela chuva. Esses treinos não dão resultados tão precisos, pois há muitas variantes a serem testadas e todo mundo esconde o jogo. Quem veio forte nos 2 dias de treinos classificatórios foi o Team Penske, que busca uma redenção depois do escândalo das desclassificações do início do ano: monopolizaram a 1ª fila com seus 3 carros, cabendo a Scott McLaughlin a pole.

Largando em 3º, Josef Newgarden quer se recuperar após perda dos pontos de St. Pete. (Foto: Joe Skibinski / IndyCar)

E a tensão estava presente desde o Carburation Day, sexta que antecedeu o domingo da corrida: havia previsão de muita chuva para a corrida. E ela veio. E atrasou em 4 horas a largada para as 200 voltas da prova. Largada essa que teve uma bandeira amarela logo após a curva 1 por um acidente causado por Tom Blomqvist (#66 MSR) que o alijou da disputa junto de Marcus Ericsson (#28 Andretti) e Pietro Fittipaldi (#30 RLL).

E a relargada (na volta 10) foi tensa: Kyle Larson (#17 McLaren/Hendrick) ‘marcou toca’ e perdeu umas 8 posições criando um efeito sanfona que não teve acidente, mas fez um five (six?) wide na reta.

A relargada.(Foto: Phillip Abbott / Motorsport Images)

No período de amarela alguns foram aos pits e esse stint seguinte durou 12 voltas: o motor de Katherine Legge (#51 DCR with RWR) foi para o espaço. Aliás era o segundo motor já, pois nas voltas em amarela após a largada, Marcus Armstrong (#11 Ganassi) tinha abandonado por problemas de motor. Os líderes foram aos pits e o top 10 ficou o seguinte: Robb, Daly, Lundgaard, Rahal (que pararam na yellow anterior), McLaughlin, Power, Newgarden, Ferrucci, Rossi e Rosenqvist. Volta 27, relargada que durou uma volta. Linus Lundqvist bateu após um 4 wide que deu errado na curva 1.

É muito otimismo. (Foto: reprodução Twitter IndyCast Brasil)

Green na volta 33 com McLaughlin assumindo a ponta e Power perdendo terreno. Nas voltas seguintes Daly assumiu a ponta e lá na volta 44, com todos fazendo os seus segundos pits, a ordem se restabeleceu com o top 5 feito por McLaughlin, Ferrucci, Rossi, Herta e Newgarden. 

Terceira amarela na volta 56: outro motor, desta vez com Felix Rosenqvist (#60 MSR) e vieram novas paradas e novo top 5 com Daly, Robb, Rossi, McLaughlin e Herta.

Volta 65, bandeira verde e McLaughlin, com um carro forte, pulou de 4º para 1º. Três voltas depois, Sting-Ray Robb (#41 Foyt) foi para ponta e ficou lá por 10 voltas. No giro 80, com todos pits feitos, McLaughlin, Herta, Newgarden, Ferrucci e Palou faziam o top5. Nova amarela, volta 86: Colton Herta (#26 Andretti) rodou sozinho e bateu. Pits abertos na volta 89, nova rodada de paradas e nova classificação com o top 8 Veekay, Lundgaard, Robb, Daly, Newgarden, McLaughlin, Ferrucci e Rossi. A nova bandeira verde durou 16 voltas, tempo o suficiente para os da janela alternativa fazerem seu pits. A quinta amarela veio na volta 107 com um entrevero entre Scott Dixon (#9 Ganassi) e Ryan Hunter-Reay (#23 DRR with Cusick) com este rodando e abandonando. Na relargada no giro 114 nem durou nada pois Marco Andretti (#98 Andretti Herta) bateu sozinho. Essa foi a 6ª amarela.

Newgarden, McLaughlin, Ferrucci, Rossi e Palou faziam o top 5 na volta 119 quando teve a relargada. Daí até a volta 131, quando aconteceu a 1ª janela de pits em bandeira verde, Rossi, Newgarden e McLaughlin foram revezando a ponta.

Volta 133 o lance que tirou da disputa pelo top 5 da prova um forte candidato: Kyle Larson tomou um drive thru por ter excedido a velocidade dos pits duas voltas antes. Com essa punição, perdeu uma volta.

Depois de perder posições no início, Larson foi ganhando posições e vinha sólido em 6ºquando errou na entrada dos pits. (Foto: reprodução Twitter Hendrick Motorsports)

Sétima amarela na volta 147: Will Power bateu. Com mais novas paradas o top 5 para a relargada na volta 156 era Dixon, Pato, Rossi, Daly e Veekay. Depois da verde, os Arrow McLaren de Pato e Rossi foram pra frente e se revezando na ponta, trocando vácuo e mais atrás, Newgarden deu show subindo de 8º para 4º. Volta 170, nova janela de pits. E olha a loucura que quase virou essas táticas, pois muitos pilotos nas amarelas, os que estavam mais atrás, iam completando o tanque, fazendo com o que o top 5 na volta 180 era Carpenter, Larson (que recuperara a volta), Simpson, Newgarden e Dixon (estes 2 na janela real de combustível).

O trio, que torcia para nova amarela com a calculadora nas mãos, Carpenter-Larson-Simpson tinham pouco mais de veia volta de vantagem para Newgarden e Dixon que trocavam vácuo.

A amarela não veio e os 3 primeiros precisaram parar.

14 voltas para o fim: Newgarden, Rossi, Dixon, Pato eram os 4 primeiros e se apresentavam como candidatos à vitória. Por algumas voltas Rossi e Pato foram para a ponta e trocando vácuo.

5 voltas para o fim, Pato e Newgarden se destacam e ficam trocando vácuo até que na abertura da última volta, Pato assume a ponta. Na penúltima curva da última volta Newgarden vai por fora e Pato jogando limpo manteve a linha e levou a ultrapassagem que não queria. Newgarden rumou assim para seu back to back, e repetiu a vitória do ano anterior. A redenção que Newgarden e seu time tanto queriam, foi conquistada.

O vencedor prestes a ir para a galera. (Foto: Karl Zemlin / IndyCar)

Pato chorou copiosamente e foi consolado pelo time. (Foto: Dana Garrett / IndyCar)

Destaques negativos:

– Tom Blomqvist, Linus Lundqvist, Marco Andretti, Colton Herta: por motivos óbvios;

– Alex Palou esteve apagado a prova toda;

– problema nos freios traseiros de Helio Castroneves, durante um pit stop, o tirou da disputa, pois ele vinha bem num top 10 e subindo;

Destaques positivos:

– boas corridas, mesmo que a tática não tenha ficado a favor de Sting-Ray, Rasmussen, Ilott, Canapino, Simpson;

– a McLaren com seus 4 carros foi incrível;

– Kyle Larson foi enorme (programado par fazer o double duty, que é fazer no mesmo dia as 500 Milhas de Indianápolis e mais as 600 Milhas de Charlotte da Nascar) e se não fosse o drive thru brigaria pelo top 5;

– falar da Penske é chover no molhado, mas o time mostrou que tem material humano para se refazer nas adversidades;

– aliás, a maioria foi muito bem, dentro de suas expectativas;

– 5ª corrida valendo pontos e 5º vencedor diferente: qual mesmo é a categoria mais competitiva do esporte a motor em nível mundial?

Resultado final.

Ah, e o leite, a bebida dos campeões! (Foto: Joe Skibinski / IndyCar)

A próxima é já no domingo que vem 01 de junho, Detroit, circuito de rua, que no ano passado foi animadíssima! Será que Power ressurge? Ou a Andretti? Veremos um 6º vencedor diferente? Abraço e até mais!

PRODUÇÃO

OlharesBR
Grand Prix Service Consulting
Everton Rupel Comunicação
Colaboradores

A opinião dos colunistas não reflete necessariamente a opinião dos editores e/ou das empresas responsáveis por esse projeto.

IMAGENS

Everton Rupel, Matt Fraver, Joe Skibilinski, Travis Linkle, Paul Hurley, James Black, Chris Jones, Mike Young, Walt Kuhn, Lisa Hurley, Dana Garrett, Tim Holle, Aaron Skillman, Peter Burke, Richard Zimmermann, Michael Bratton, Dave Green, Jack Webster, Mike Doran, Mike Levitt.

Desenvolvido pela Grand Prix Service Consulting para OlharesBR © 2023 Todos os direitos reservados