Panorama IndyCast Brasil #8

por Fabio Mota

Olá amigos do IndyCast Brasil!

A 106ª edição das 500 Milhas de Indianápolis já é história neste Memorial Day – dia em que escrevo esta coluna – porém muitos assuntos em paralelo estão direcionados à comunidade brasileira da IndyCar. Confesso, pessoalmente, que nem de longe Marcus Ericsson era o meu favorito a vencer, mesmo percebendo claramente que a Ganassi possuía condições de acerto e estratégia superiores. Uma pena que Alex Palou e, principalmente, Scott Dixon tenham falhado em suas estratégias e erros individuais.

Muito consistente a corrida de Patrício O ‘Ward e, por muito pouco, o México poderia ter obtido um double head, assim como o Brasil conseguiu em 1989 e 1993 com Emerson Fittipaldi (Indy) e Ayrton Senna na F1. O piloto da McLaren, de contrato renovado e o atual campeão, pilotando pela Ganassi, estão puxando uma renovação excelente na categoria. Mas não são os únicos. A Penske apagou-se nesta edição, mas não podemos desmerecer o esquadrão de Mooresville.

Foi uma corrida muito interessante pelo ponto de vista de continuidade. Poucas bandeiras amarelas, não ocorreram quebras de motores e, basicamente, os acidentes ocorreram na curva 2.

Apesar deste final de festa em Indianápolis, tudo será muito corrido já que neste final de semana teremos atividade na capital do automóvel, diretamente de Detroit.

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A Indy traz novidades para os próximos anos, sempre de forma inovadora. O Brasil estará muito presente neste novo acordo de combustível uma vez que a Shell será a fornecedora de combustíveis oficial de Indianápolis, da IndyCar. Esta matriz, como bem explicada por Carlo Gancia e Willy Herrmann, os representantes da IndyCar no Brasil, traz uma redução absurda de carbono, visando agregar os créditos de carbono, uma nova “moeda” para um futuro bem próximo.

Importante menção que a Raizen, uma Joint Venture da Shell no Brasil apoiará diretamente este processo. É o Brasil mostrando seu verdadeiro valor.

Ainda visando a sustentabilidade, a Bridgestone estará apresentando maior nível de reciclagem em seus pneus considerando-se também a evolução da segurança e durabilidade de seus compostos.

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Como já mencionei acima, não correram quebras de motor ou cambio nesta corrida. As 6 bandeiras amarelas foram causadas por acidentes, felizmente sem gravidade. É importante mencionar que o fator durabilidade do equipamento segue o firme propósito de redução de custos onde a sustentabilidade econômica é um dos principais pilares da administração Roger Penske na NTT IndyCar Series assim como nas 500 milhas de Indianapolis.

A Dallara, como parceira de longo tempo da IndyCar, desde a IRL tem produzido equipamentos mais seguros e mantendo o fator custo x benefício de maneira muito interessante para as equipes assim como para a fabricante…. ou seja… uma solução “ganha – ganha”

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Para quem pensa que as 500 milhas de Indianápolis acabaram em 29/05… esqueçam. Os preparativos da 107ª edição já começaram. Como de praxe em qualquer encerramento de projetos, a sessão de validação de pontos e acertos já ocorrerão nesta semana para poder apoiar o planejamento da edição de 2023. Algumas coisas deverão ser revistas, especialmente na curva 2… ou alguma necessidade em relação a pista assim como com os carros. Certo que alguma novidade será apresentada em breve, talvez já nos eventos pós edição 106, encerrada no domingo PP.

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Outro ponto de atenção nesta corrida foi a Andretti. Os carros perderam-se nesta etapa. O caso de Colton Herta no Carburation Day foi a prova que os carros de Michael e Mario Andretti estavam no limite do ajuste dos carros para atingir maiores velocidades. Não sei se há uma falta de foco com o objeto de desejo do clã Ítalo-Americano, que é a chegada na F1. Percebe-se, de forma clara, que Colton Herta estava arriscando ao limite para poder ter um mínimo de ritmo de velocidade.

O mesmo é possível dizer sobre os carros da Meyer-Shank Racing. Ao contrario da boa corrida desenvolvida pelos seus pilotos, era nítido que ambos estavam acima de seus carros… era nítida também a falta de velocidade. Agora é partir para as próximas etapas.

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Para a etapa de Detroit, alguns anúncios deverão ser confirmados. Após a divulgação da renovação – acertada – de contrato de Pato O ‘Ward por mais alguns anos, espera-se a confirmação de Alex Rossi na McLaren. Espero, de coração, que o californiano encontre novos ares e possa reeditar os bons momentos de sua carreira pois, nos últimos 3 anos, tem sido extremamente apagado.

A vaga do carro #27 deverá criar algum burburinho… Kyle Kirkwood deve ser o favorito e tendência natural, mas… como o fator negócio pesa em qualquer negociação, poderemos ter algumas surpresas. Pilotos de outras categorias também estão de olho na NTT IndyCar Series.

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Não tenham ilusões básicas sobre a volta da IndyCar ao Brasil tão cedo. A Categoria ainda tem um bom dever de casa para fazer na américa. Acreditem… o estrago foi grande.

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E que corrida do Tony Kanaan… talvez possa ser a ultima vez que veremos o bom baiano na mítica pista americana… e o melhor de tudo isso… ele está extremamente bem resolvido em relação a isso. Uma grande tristeza que carrego é que tanto Tony quanto o Hélio são tão queridos e conhecidos nos Estados Unidos e por aqui, não têm o valor que realmente merecem…

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O IndyCast #52, desta semana, trará Rodrigo Mattar e vamos falar, focadamente das tradicionais 24 horas de Le Man. Rodrigo é o maior especialista nacional em campeonatos de corridas de longa duração. Já fica o convite pois está imperdível.

Um abraço e até a próxima.

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