Finalmente Newgarden!

por Everton Rupel

Fala galera do IndyCast Brasil! Tudo beleza?

500 Milhas de Indianápolis! Quatorze dias entre treinos, cerimoniais, paradas de rua, classificação, treino de novo, autógrafos, a corrida e o day after (o 14º dia) com o vencedor sendo fotografado à exaustão. O pole position Alex Palou (Ganassi), que conseguiu essa posição no treino de classificação exatamente uma semana da corrida é o grande favorito, mas tem muita gente boa que durante os treinos trabalhou em acerto de corrida e pode vir pra cima.

Josef Newgarden (Penske) tem 11 largadas na Indy 500. Vai largar no meio do bolo de 33 carros, em 17º. Tem chances? Sim. (Foto: Joe Skibinski / IndyCar)

Depois de toda a linda tradição completa e a ordem de “Drivers, start your engines!” dada por Roger Penske, começaria uma das mais esperadas edições da Indy 500. A última largada de Tony Kanaan na IndyCar, a tentativa de uma 5ª vitória (o que seria inédito) na corrida de Helio Castroneves, a Ganassi querendo se manter no topo da prova com 4 carros fortíssimos, a Arrow McLaren aparacendo como principal desafiante, a Penske querendo vencer depois de 3 anos de corridas medianas em sua própria casa, tudo isso e outras coisas mais davam todo esse tempero à corrida. E a largada a foi dada com 32 dos 33 carros na pista: Graham Rahal ((34º colocado nos classificatórios e alçado a substituto de Stefan Wilson que se classificou mas no treino seguinte sofreu um acidente que causou fratura da 12ª vértebra cervical ficando fora da corrida)) que largava em último ficou nos pits com o carro apagado. Nessa tomou duas voltas.

O início da prova foi tranquilo com Will Power, melhor Penske no grid, subindo de 12º para 8º. Alex Palou, o pole e Rinus Veekay (Carpenter) ficaram se revezando na ponta. Depois de uma ótimo corrida de oval no Texas, com pack race por conta de soluções aerodinâmicas, o pacote aero pra Indianápolis (um misto do pacote do Texas e outras peças) não surtiu o mesmo efeito e o que se viu foi um trenzinho com jogo de vácuo entre os pilotos.
Na altura da volta 20 o top 5 era: Palou, Veekay, Rosenqvist (Arrow McLaren), Ferrucci (Foyt) e Rossi (Arrow McLaren).

Na volta 27, um dos fortes candidatos, Scott Dixon (Ganassi) sofre com desgaste de pneus e apareceu na TV com seu carro vibrando horrores e assim foi aos pits. Na volta seguinte os pilotos começaram a ir, mas já na janela de paradas normal.

Depois de todos terem feito suas paradas, o top 5 na volta 37 era Palou, Veekay, Ferrucci, Rosenqvist e Rossi, e assim a corrida foi morna, com o top 3 citado acima trocando de posições e nada de extraordinário, mesmo acontecendo nova janela de pits por volta do giro 62.

Quando a nova janela se aproximava veio finalmente a primeira bandeira amarela: volta 92, Sting Ray Robb (Dale Coyne) foi induzido (de novo, já fez isso na última corrida) por Graham Rahal (Dreyer & Reinbold) ao erro e bateu na saída da curva 1. Volta 94, pits abertos, todos entraram e aí, na hora de sair dos pits…

Rinus Veekay deu uma puxadinha para não acertar Josef Newgarden e girou acertando Palou: eles eram os líderes da prova. Palou caiu para trás do peltão pois entrava e saia dos boxes pra trocar bico, completar etanol sem perder voltas. Veekay tomou um drive-thru de punição e também foi para trás.
Depois dessas paradas, o top 10 para a relargada era: Callum Ilott (Juncos Hollinger), Rosenqvist, Pato (Arrow McLaren), Ferrucci, Power, Newgarden, Rossi, Daly (Carpenter), Ericsson (Ganassi), Grosjean (Andretti). Mas como Ilott estava ali? Ele estava nos pits na hora que deu a amarela.

Relargada na volta 101, com Will Power que vinha tendo problemas do seu weight jacker (barra de balanço de peso, muito usado nos ovais) e mesmo assim vinha numa bela corrida, simplesmente não relargou, perdendo 12 posições em uma volta. Ilott não foi páreo para segurar a posição ante as Arrow McLaren. Daí então, Pato e Rosenqvist foram se revezando na 1ª posição.

A quarta janela de pista seria a partir da volta 130 e na volta 135 teve uma Andrettice nos pits:

A equipe de Colton Herta (Andretti) o liberou sem esperar quem entrava, Romain Grosjean. 

Depois dos pits todos, o top 5 era Ericsson (mineiramente em 1º), Newgarden (que dera um passadão em Rosenqvist (3º), Rossi, Pato. Lembra do Palou que caiu para vigésimo e tarará? Já era 9º!
Segunda amarela: volta 150, Grosjean bateu. Pode ser efeito da batida que levou no box. Aí se criou uma oportunidade de tática, pois faltavam umas 15 a 20 voltas para nova janela. Na segunda metade da tabela abaixo os que foram aos pits:

Depois disso, 46 para o fim, o top 5 era: Ericsson, Newgarden, Rosenqvist, Rossi, Ferrucci.
Relargada com 44 para o final e com Newgarden assumindo a ponta. Na tática e competência dele ao volante e time nos pits, ele que largou em 17º era P1 agora. 3 voltas depois Ferrucci assumiu a ponta.
Volta 169, Ferrucci (o 1º) foi aos pits. Nesse período foram aos pits quem não tinha parado na última amarela. 20 para o final: foram aos pits o que tinham parado, mas não economizaram.

O top 3 era Ryan Hunter-Reay (Dreyer & Reinbold), Callum Ilott e Agostin Canapino (Juncos Hollinger). Eles, que economizaram, teriam que parar? O líder virtual era Pato.

16 voltas para o fim: Rosenqvist se perde no ar sujo de Newgarden, bate, roda, é acertado por Kirkwood (que vinha numa ótima corrida) que capota. Bandeira amarela. Que virou vermelha e todos foram pros pits: além de limpeza de pista, verificação do safe barrier e ver se o pneu que voou do carro de Kirkwood e foi pra lá do alambrado não feriu ninguém.

Pits reabertos com 12 voltas. Na volta seguinte, ainda em amarela, os 3 primeiros foram aos pits.
10 pro final, relargada abortada, o top 6 era: Pato, Ericsson, Newgarden, Rossi, Ferrucci, Palou.
Volta 191 de 200: verde! Newgarden vai de 3º pra 1º na curva 1, e na curva 3 ao tentar ir para 2º, Pato mergulha e é espremido por Ericsson, eles se tocam de leva mas é o suficiente para que Pato rode e vá forte pro muro. Atrás disso houve uma sucessão de “erros”: Pagenaud (Meyer Shank) ao diminui por conta deste acidente foi tocado por McLaughlin (Penske), e ao tentar desviar deste, Canapino roda, bate no muro e fica sem direção e sem velocidade, só parando ao acertar e voar sobre Pato (abaixo). Nova bandeira vermelha. Essas bandeiras vermelhas foram dadas para que se tenha um final em bandeira verde.

Top 5: Newgarden, Ericsson, Ferrucci, Rossi, Palou. Nova relargada, volta 196: e Ferrucci tentou a mesma tática de Newgarden pulando de P3 para P1, mas…BIG ONE!

Carpenter foi ensanduichado por Lundgaard e Marco Andretti, sobrando para Graham Rahal e Benjamin Pedersen. Veio a amarela e só uma volta depois a vermelha de novo. Nervos à flor da pele por todos que acompanhavam a corrida.

Foi decidido que sairiam dos pits na volta 198 e ao passarem para abrir a volta 199 receberiam a bandeira verde mais a bandeira branca de última volta. Imagina a tensão!! Eis o top 5: Ericsson, Newgarden, Ferrucci, Rossi e Palou, pois foram reposicionados, visto que nessa largada Newgarden caiu pra 4º.

E assim foi, volta 199, bandeira verde e bandeira branca. Ferrucci deu uma bobeada e os 2 ponteiros escaparam. Na saída da curva 2 Ericsson abriu muito para cortar o vácuo e viu Newgarden tirar por fora e ultrapassar. Ao entrarem na reta para a bandeirada, Newgarden faz zigue-zague e corta o vácuo para conseguir sua 1ª Indy 500! E depois de fazer a volta de desaceleração, para o carro na pista, pula o muro, a cerca e comemora junto do público.

Ensandecido pela vitória (Foto: Walt Kuhn/IndyCar)

Foi a 4ª menor margem de vitória na história. A 1ª vitória de um piloto dos EUA desde 2016. Josef Newgarden em sua 12ª largada em uma 500 Milhas de Indianápolis finalmente venceu.

E ao vencedor, o leite!

The winner (Foto: Joe Skibinski/IndyCar)

Resultado final.

Destaques: as corridas dos 5 primeiros, corridas fortes e consistentes, uns que largaram na frente e ali ficaram e outros que nas táticas e competência do piloto e dos pits subiram no pelotão , como o vencedor que largou em 17º e venceu!

Destaques negativos: a RLL que fez P1 e P3 nessa prova em 2020, esse ano colcou seus carros 4 carros nas últimas 5 posições do grid; a McLaren que de favorita ficou só com o P5 de Rossi; Sting Ray Robb não parece pronto para a IndyCar;

E já no próximo domingo tem mais. Grande Prêmio de Detroit, circuito de rua, de volta ao local antigo usado entre 1989 a 1991.

Abraço e até lá!

PRODUÇÃO

OlharesBR
Grand Prix Service Consulting
Everton Rupel Comunicação
Colaboradores

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IMAGENS

Everton Rupel, Matt Fraver, Joe Skibilinski, Travis Linkle, Paul Hurley, James Black, Chris Jones, Mike Young, Walt Kuhn, Lisa Hurley, Dana Garrett, Tim Holle, Aaron Skillman, Peter Burke, Richard Zimmermann, Michael Bratton, Dave Green, Jack Webster, Mike Doran, Mike Levitt.

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