Kirkwood vence o xadrez de Nashville!

por Everton Rupel

Fala galera do IndyCast Brasil! Tudo beleza?

Ruas de Nashville. Duas corridas caóticas em 2021 e 2022. Portanto, todo mundo esperando que o caos aconteça novamente, até porque tinha previsão de chuva. A chuva veio só no treino livre que foi encurtado e adiou o classificatório, que aconteceu sob sol e teve a pole conquistada por Scott McLaughlin (Penske). Para domingo, a previsão de chuva se foi. Ficou a expectativa para a previsão de caos somente.

Oitavo no grid, pouco se esperava de Kirkwood  nessa corrida, mas no final… (Foto: Joe Skibinski/ IndyCar)

Corrida de largada limpa, surpreendentemente, disputada sim, com toques, “empurra-empurra”, mas nada que comprometesse a ninguém, com o pole Scott McLaughlin pulando bem na frente. Dos 27 que largaram, 20 largaram com pneus macios (usados ou novos). Kirkwood, Newgarden, Dixon, Grosjean, Power, Armstrong e DeFrancesco (este não mudaria a cotação do Dólar) largaram com pneus duros (usados ou novos) e essa salada pneumática foi o jogo de xadrez que se transformou o grande prêmio. A partir da volta 3 quem estava de pneus macios começou fazer seus pit stops.

Volta 13: primeira amarela, causada por um dano na asa traseira do carro de David Malukas (Dale Coyne RWR) que se soltou. A essa altura muitos já tinham feito seus pits e o top 5 era McLaughlin, Pato, Herta, Palou, Grosjean. E dos líderes, somente Alex Palou (Ganassi) foi aos pits, embaralhando mais ainda as estratégias.

Volta 16, relargada e a quase batida entre Pato e McLaughlin fez Colton Herta (Andretti) sair da fila e quando voltar levar passadão e toque de uns 5 carros e caísse na classificação. A partir da volta 22 os que não tinham parado começaram a sentir o desgaste dos pneus, como Pato O’Ward (Arrow McLaren) que perdeu umas 5 posições até trocar pneus na volta 25. Na volta 31, todos já tinham feito 1 pit stop pelo menos e o top 5 era Ericsson, Rossi, Castroneves, Palou e Lundqvist. Esse top 5 mostra bem como as estratégias de paradas embolaram muito os pilotos. E quem se deu bem nessa foi Kyle Kirkwood que na nova rodada de pits ficaria no mínimo em 2º.

Aqueles que pararam até volta 15 começaram novos pits na volta 33 e assim os que estavam ponteando a prova foram para trás. Por volta do giro 39 o top 5 era Palou, Kirkwood, Grosjean, McLaughlin e Lundqvist. O líder Palou estendeu seu stint e parou na volta 45, torcendo para que muitas amarelas acontecessem. E então por um bom tempo os 4 primeiros Kirkwood, Grosjean, McLaughlin e Newgarden andaram em comboio.

A partir da volta 51, rodada de pits em bandeira verde mesmo e dos líderes só McLaughlin não entrou, mas foi uma volta depois. Esse pit foi novamente chave para Kirkwood que assumiu a ponta. O top 5 depois dos pits na volta 55 era: Kirkwood, McLaughlin, Palou, Newgarden e Dixon.

Daí até a volta 70, foi tudo muito sossegado para os padrões da IndyCar, com o pessoal se estudando e/ou poupando o que podia de pneus e combustível, porque na 70 teve outra amarela. O estreante Linus Lundqvist (Meyer Shank) que fazia uma ótima corrida de estreia achou o muro.

Volta 74, 6 para o fim, relargada, que venha o caos!!! Quase…Duas curvas depois da relargada nova amarela com um salseiro iniciado por Herta que foi pro muro fazendo Felix Rosenqvist (Arrow McLaren) frear forte e ser acertado na traseira por Agustin Canapino (Juncos Hollinger) e esse ser acertado por Benjamin Pedersen (Foyt) que não teve espaço para desviar. Bandeira vermelha, todo mundo pro pit. Depois da pista limpa, motores religados, teríamos mais 3 voltas de corrida. Dito e feito. Volta 77 relargada excelente de Kirkwood que numa volta abriu 2 segundos para McLaughlin.

Na disputa direta pelo campeonato, Newgarden não conseguiu pressionar Palou para tomar o 3º lugar. Kirkwood nas duas voltas que se seguiram administrou a distância e levou a vitória!

Ao vencedor, os vivas!!! (Foto: Chris Owens / IndyCar)

Destaques:

– Linus Lundqvist mostrou que merece um lugar na categoria, foi muito bem;

– aliás a Meyer Shank teve um bom final de semana;

– Andretti/Kirkwood estão com uma química muito boa desde que seu estrategista passou a ser Bryan Herta;

– Alex Palou alem de ser rápido, maduro, consistente, de ter uma sinergia impressionante com o time do carro 10, tem uma sorte que só os campeões têm;

– corrida com um erro de Romain Grosjean: acho que ele levou uma chamada do chefe;

– vi na transmissão alguns buracos nas arquibancadas, perceberam também?

– não teve o caos típico da IndyCar: as seguradoras e orçamentos das equipes agradecem;

– o que esses carros da Dallara aguentam de pancada não é brincadeira!;

– Christian Lundgaard esse final de semana não foi nem sombra do vencedor nas ruas de Toronto;

Resultado final.

E no próximo sábado já tem outra corrida, o GP de Indianápolis 2. É bom que Josef Newgarden (e a Penske) vá bem se ainda quer lutar pelo título com Alex Palou.

Abraço e até lá!

PRODUÇÃO

OlharesBR
Grand Prix Service Consulting
Everton Rupel Comunicação
Colaboradores

A opinião dos colunistas não reflete necessariamente a opinião dos editores e/ou das empresas responsáveis por esse projeto.

IMAGENS

Everton Rupel, Matt Fraver, Joe Skibilinski, Travis Linkle, Paul Hurley, James Black, Chris Jones, Mike Young, Walt Kuhn, Lisa Hurley, Dana Garrett, Tim Holle, Aaron Skillman, Peter Burke, Richard Zimmermann, Michael Bratton, Dave Green, Jack Webster, Mike Doran, Mike Levitt.

Desenvolvido pela Grand Prix Service Consulting para OlharesBR © 2023 Todos os direitos reservados